1.3.11

.

Ela tamborilava os dedos olhando para a dança das folhas da árvore no meio da tempestade. Ela sabia o que queria. E o que não queria. Na verdade, ela sabia muito melhor o que não queria. Não queria estar ali. Não queria ter que arrumar as malas. Não queria ter que sorrir bom dia para os conhecidos transeuntes de toda vez. Não queria não ter tido tempo de olhar-se demoradamente no espelho para mais uma vez criticar-se. Não queria ter-se levantado àquela hora. Não queria nunca mais sentir aquele vazio. Não um vazio de dentro, mas sim um vazio de fora. Tudo estava vazio. As pessoas, o ar, o cigarro. E assim, ela inalava o vazio para os pulmões e contaminava-se com aquilo. Causava uma necessidade de precipitação. Precipitação de tudo. Como quando o ar falta aos pulmões àquele que está se afogando e ele precipita-se em busca de ar. Um esforço desesperado buscando a vida.

8.1.11

Sou muito facilmente impregnada pelas experiencias alheias.
Um filme, um livro ou um conto me fazem sentir visceralmente as sensações de outrém.

Maybe I need some help.
Sinto-me
quebrada,
ultrapassada,
fracassada.

o tempo foi e eu fiquei.

esperando pelo que?

12.9.10

again?

e de novo eu estou aqui
na cama
no bar
no parque
no carro
no sol
no frio
na cozinha
na piscina
no restaurante
na festa
na janela
na escada
na porta
no mar


sozinha.


31.8.10

There is always...
A spoon for the soup
the road for the cars
the blanket in the cold
the plane on the air
a woman for a man
the art for the eyes
the rain for the grass
a draw for the paper
the music for the ears
a leader for the team
a candy for the kid
a smile for the stranger
a word that is not there
a finger for the touch
an image on the mirror
a noise in the silence
the bitter for the tongue
and a tear
for you,
for him
and for her.

30.7.10

And she fights for her life

dia trash.
queria não ter acordado.
não ter trabalhado.
não ter ouvido.
não ter dito.
não ter me preocupado.

12.2.10

Sinto uma necessidade de escrever algo que ainda não sei.
Penso, será que se esclarecerá quando eu começar a percorrer os meus dedos pelo teclado?
Não, mas mesmo assim insisto e continuo procurando palavras e analogias que traduzam esse nó que me faz o peito ter que buscar o ar mais longe.


A falta de você.