1.2.07

a modernização dos velinhos

Essa onda dos enrugados falarem as gírias do momento, é muito destoande e não-cabível, vocês têm de concordar comigo.

Esses dias, por exemplo, vi um Senhorzinho dizendo: "Vazei" e dando uma risadinha marota. A princípio, isso me causou uma enorme confusão mental. Uma pessoa desta idade dizendo que vazou, oras, deve ser da hemorróida, ou está mesmo se liquefazendo, vai saber? Mas aí não fazia sentido a risadinha póstuma. Fiquei parada em frente a criatura imaginando o que diabos ele queria dizer com aquilo. Ao me ver com aquela cara de interrogação ele emendou: "Fui, vazei, Babi!". E obviamente ele viu a minha cara de "AHHHHHHHH entendi".

E ainda, o caso do meu avô hoje. Estavamos no carro, com a janela aberta, (óbvio, devido ao calor). Aquele barulho infernal de onibus e caminhões, e ainda o rádio ligado. De repente, eu acho que ouvi da boca dele "CUZÃO"! Até aí, normal, meu avô xinga mesmo no transito, mas foi um cuzão sem entonação de brabeza, nem nada do tipo, e ninguem tinha fechado ele. Eu, para nao deixar barato, retruquei: "Cuzão porque vô, o cara não te fez nada!" E ele repetiu bem alto, e olhando pra mim para que eu pudesse ler os lábios: "BUSÃO".

Sabe, eu acho que é tão incabível na minha concepção um velinho dizendo gírias, que minha mente interpreta como milhares de oturas coisas, menos como a própria gíria dita.

Enfim.
[...]

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