23.11.05

E eu dizia ainda é cedo

Ok, fugirei um pouco da estruturação de uma forma geral deste blog, mas vamos lá.

amo Drummond, que me conhece sabe.

As más línguas dizem que este texto não é , de fato, dele. Mas sejá lá de quem for, é meigo, senitmental e meloso, coisa que quem também me conhece sabe que não sou. Mas enfim, as vezes a vida leva a gente para um rumo diferente e a gente aprende a ser maleável.

Com certeza vocês já devem ter recebido um email ou uma apresentação tosca do power point com algumas das frases do texto abaixo descrito.

Mas é sempre bom ler alguma coisa que nos tragam alguém à memória e uns arrepios no comecinho do pescoço.


"Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar Por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e, neste momento houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu. Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos encherem d’água neste momento perceba: existe algo mágico entre vocês. Se o primeiro e o ultimo pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar junto chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o Amor. Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro. Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxuga-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados... Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa do seu lado... Se você tiver a certeza que vai ver a outra pessoa envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... Se você preferir morrer antes de ver a outra partindo: é o Amor que chegou na sua vida. É uma dádiva. Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas Amam ou encontram o Amor verdadeiro. Ou, as vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o Amor passar sem deixa-lo acontecer verdadeiramente. Por isso, preste atenção nos sinais ¿ nãodeixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa de vida: o Amor... "

3 comentários:

Anônimo disse...

ainda bem que você não é sentimental e melosa. acho um saco pessoas assim. ser sensível ao que nos cerca é o que acho mais importante.
o texto é bonito, porém meio meloso como você disse. para mim, um cara que não acredita em Deus e nem em destino, o amor não passa de acaso. não acredito que ninguém foi feito para amar alguém. acredito que o amor surge apenas por muita dedicação própria à amar o próximo e com o passar do tempo.
e dificil de saber se o texto é do Drummond porque ele conseguia ser muito racional ou muito sentimental, quando queria. mas olha que interessante também esta poesia dele:

Amor e seu tempo

Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe

Valendo a pena e o preço terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.

Anônimo disse...

obrigado pelo elogio, Babi. é que tenho mesmo este jeito de ou gostar, ou odiar o que escrevo. "além de parecer que fui eu que pensei as coisas, e você escreveu.": não acho pretensão, não. acho que é porque temos um intelecto muito parecido. combinamos em muitas idéias e gostos.
verdade, tentar sempre é bom. mas acabo levando o meu lado experimental mais para o cinema. frase genial do cineasta brasileiro Júlio Bressane: "se não é cinema experimental, não é cinema."
e obrigado pela sugestão. ler Clarice nunca é demais. eu já li alguns livros dela, mas foi no ano passado. já leu "Laços de Familia"? tem o conto "A imitação da rosa". daqueles que faz mudar a tua visão de mundo. e não sei se você já leu a crônica "As três experiências", mas vou passar aqui. ler pela primeira vez, dá muito "frio na barriga".
te cuida também, moça. :)

As três experiências

Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou a minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. "O amar os outros" é tão vasto que inclui até o perdão para mim mesma com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.
E nasci para escrever. A palavra é meu domínio sobre o mundo. Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que, foi esta que eu segui. Talvez porque para outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós. É que não sei estudar. E, para escrever, o único estudo é mesmo escrever. Adestrei-me desde os sete anos de idade para que um dia eu tivesse a língua em meu poder. E no entanto cada vez que eu vou escrever, é como se fosse a primeira vez. Cada livro meu é uma estréia penosa e feliz. Essa capacidade de me renovar toda à medida que o tempo passa é o que eu chamo de viver e escrever.
Quanto aos meus filhos, o nascimento deles não foi casual. Eu quis ser mãe. Meus dois filhos foram gerados voluntariamente. Os dois meninos estão aqui, ao meu lado. Eu me orgulho deles, eu me renovo neles, eu acompanho seus sofrimentos e angústias, eu lhes dou o que é possível dar. Se eu não fosse mãe, seria sozinha no mundo. Mas tenho uma descendência, e para eles no futuro eu preparo meu nome dia a dia. Sei que um dia abrirão as asas para o vôo necessário, e eu ficarei sozinha: É fatal, porque a gente não cria os filhos para a gente, nós os criamos para eles mesmos. Quando eu ficar sozinha, estarei seguindo o destino de todas as mulheres.
Sempre me restará amar. Escrever é alguma coisa extremamente forte mas que pode me trair e me abandonar: posso um dia sentir que já escrevi o que é meu lote neste mundo e que eu devo aprender também a parar. Em escrever eu não tenho nenhuma garantia. Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse a minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.

Unknown disse...

Madre santa, eu lembro desse texto quando eu tinha 16 anos, eu estava no 1º ano do 2º grau....agora eu tenho 41! Mas veja como sao as coisas, o texto era diferente, por exemplo: eu quero ser mae, eu vivirei para os meus filhos....quando eu ser mae...
Ou seja, ela adaptou o texto para a realidade dela hoje.
A verdade, eu gostava mais do texto antigo.
Será que voce tem o antigo?